Sou Bianca dos Santos Dias, tenho 17 anos e estou estudando
o 1º
ano do Ensino Médio.
O livro “A Menina que Veio de Longe”, não me prendeu de imediato,
peguei o livro em uma semana, comecei a ler e 3 dias depois parei. Nada parecia me impressionar.
E como sempre minha professora insistia para que eu lê-se, e eu em um ato de irá sentei e decidi terminar o livro que havia começado.
Algo começou a me chamar atenção, tantas coincidências com Dulcinéia. Parecia que aquele livro tinha sido escrito
para cicatrizar todas as minhas mágoas, todas feridas que pareciam enormes.
Dulce, como gostava que a chamasse, era uma menina com gostos
diferentes dos meus, mas isso não significa que a nossa história não
beirou os mesmos abismos.
Assim como Dulce mudei de escola, deixei muitos amigos para trás,
fiz novos amigos, mas nunca deixei de morar na minha cidade natal. Não fiquei
sem a minha mãe, mas fiquei sem meu pai, adorava brincar perto da natureza,
inventar monstros e etc.
Senti a mesma dor que Dulce ao perder os pais, mas foi quando
perdi minha sobrinha, fui amada e acolhida sempre que precisei por a minha avó
paterna, que acho uma rainha, que me da toda atenção do mundo.
Nas fundos da minha casa
tem uma sanga, vários bambus e um campo bem verde, muito lindo, adorava brincar
lá, eu e meus amigos imaginávamos monstros e muitas fantasias em nossa
imaginação.
Pelo fato de meu pai ter nos deixado muito cedo e desamparados,
minha mãe passava muito tempo trabalhando, para que eu tivesse o máximo de
conforto possível.
Hoje tenho 17 anos e estou no 1 º ano do Ensino Médio, sofri e
sofro. Tem gente que acha que ainda estou no 1 º ano por não ser capaz de
estudar, mas eu tenho capacidade.
Rodei 2 anos seguidos, porque fui para uma escola diferente,
encontrei pessoas diferentes que me apresentaram coisas, de primeiro momento
não quis experimentar. Quando entrei na sala ouvi comentários pela cor dos meus
cabelos e minha cor de pele.
No outro dia decidi que ia experimentar todas aquelas coisas
horríveis. Isso dói até hoje.
Se me arrependo? Me arrependo, mas não tenho vontade de voltar
atrás, hoje estou realizada e nem penso em usar todas aquelas porcarias.
Dulce era forte, mas se achava chorona, exatamente como eu.
Bianca
dos Santos Dias
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